Meu bisavô minimalista

MEU_AVO_MINIMALISTA

Crédito foto: thesartorialist.com

A Expressão “menos é mais” é coringa igual a um vestido preto e pode ser usada em diversas situações da vida. Com a devida licença poética, quando penso em um novo jeito de fazer moda, acho melhor dizer que “menos é melhor”.

Não me refiro apenas a menos quantidade ou menos consumo. É investir menos em peças de qualidade duvidosas e datadas e mais naquelas atemporais, minimalistas e bem feitas, que tenham um cuidado com a costura (geralmente feitas a mão), com tecidos de origem nobre (o nobre aqui não é necessariamente caro, mas de boa origem), com cores neutras e cortes clássicos.

Por que isso?

Porque assim elas duram, duram na qualidade, duram no guarda-roupa e nos ajudam a repensar toda a loucura da indústria da moda na qual estamos inseridos. Se seguirmos o formato convencional, a cada 6 meses estaremos malucos, como cachorros correndo atrás do rabo, para adquirir a nova coleção, a nova tendência, vestir a última cor e desfilar pelas ruas o um último grito fashion, como um bando de colegiais uniformizados.

Resgatando as minhas origens, lembrei do meu bisavó Antônio. Ele era uma pessoa de poucos recursos,  comerciante  em São Paulo e depois no litoral. Porém, ao contrário do que  poderíamos imaginar, não utilizava qualquer roupa e andava sempre impecável! Quando perguntavam por que ele gastava dinheiro comprando peças tão boas, dizia que não era rico para comprar porcaria.

Acredito que um dos conceitos do  movimento slow é o resgate à simplicidade, a busca pela essência e aos velhos e sábios hábitos de consumo.

Por isso, vô Antonio, nesses mundo pós-moderno em que a industria da moda de massa ainda dita a moda, sua filosofia continua atemporal, genial.

by Luciana Rego